Há dias em que a vida nos troca as voltas de
tal modo que de um momento para o outro a realidade que conhecemos surge como
uma mera ilusão e a realidade que passamos a observar parece contradizer tudo o
que até ali conhecíamos. Mas está bem… Tem de estar bem...
Procuramos em demasia a segurança do
conhecido mesmo privando-nos da adrenalina e da alegria do que pode estar para
vir… e vamo-nos deixando andar… ainda que lá no fundo, bem lá no fundo, saibamos
e desejámos em segredo que algo aconteça, que algo surja para nos fazer acordar,
para nos fazer ver o que negamos ver, para nos fazer mexer. E nos entretantos
deixamo-nos embalar na corda bamba e brincamos ao trapézio sem rede… até que
algo aconteça… E as desilusões acontecem! Acontecem a todos e das mais variadas
maneiras… e sabem que mais?! Também está bem. Afinal se andava iludido é sinal
que não estava a observar e a viver a realidade como ela é… Se eu não acordo
com o despertador vou acordar por qualquer outro meio, certo?! Mais cedo ou
mais tarde a gente acorda e até pode bradar aos céus por tamanha insensatez, mas
a verdade é que o que tem de acontecer acontece… e acontece quando tem de
acontecer... E está bem.
E estes momentos são fantásticos, porque é
precisamente nestes momentos que podemos agarrar as rédeas da nossa própria
vida. É exatamente no momento em que o despertador falha e algo externo nos
desperta que podemos resgatar o maior dos poderes que guardamos dentro de nós…
o PODER DA ESCOLHA. Na verdade, nada do que dissermos ou fizermos vai alterar o
que aconteceu… mas a ESCOLHA que eu fizer sobre o modo como vou reagir ao que
aconteceu fará toda a diferença. Essa escolha será o primeiro paragrafo que
escrevo na nova página da minha vida e só me cabe a mim fazê-la!
E depois há aquelas coisas simples que surgem
do nada e que nos fazem perceber que a vida é extraordinária e que há sempre um
lado brilhante para apreciar, acarinhar e agradecer. Há aqueles telefonemas que
surgem do nada, que surgem de quem está longe do alcance de um abraço, mas vivo
no coração e que com um “olá” genuíno restauram o equilíbrio do dia, da mente e
do coração. Oh conversa boa!!! Sem mas nem porquês… só para saber se está tudo
bem, só para trocar sorrisos e partilhar coisas boas. Só para dizer (ainda
que sem nada dizer) estou aqui, lembro-me de ti e ainda que a distância
insista em manter-nos longe eu estarei sempre por aqui. Grata, amiga, pelo
telefonema, pela alegria das tuas palavras, por me relembrares que o telefone
serve para isso, para dizermos olá a quem queremos bem, para dizermos o que nos
vai na alma, para encurtar distâncias, para fortalecer sentimentos.
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