03 julho 2015

Que prazer é este?

Fonte imagem: Google Images

Ontem e hoje saímos os dois de casa (eu e o mais pequeno) não foi passeio porque cada saída teve um objetivo claro, prático e operacional… mas a verdade é que saímos… e já que estávamos na rua aproveitei para espairecer e fui ate à padaria, onde me deliciei com uma boa meia de leite e um pãozinho de cereais acabado de sair do forno. Por aqui as pessoas conhecem-me, umas só de vista outras foram-se tornando conhecidas com o passar dos anos. Todos fizerem questão de vir dar uma “olhadela a esse pequenote” o que não me incomoda nada e até acho que é natural. Nove meses a ver a #mariaredonda a crescer é normal que haja curiosidade em ver o resultado final! O que me deixou pensativa foi o que fui ouvindo, sobretudo de quem praticamente não me conhece. Houve comentários para todos os gostos, desde “Aí está tão magra… ainda tem leite?” ou “tão pequenino na rua ainda apanha alguma doença, olhe que há por ai um surto de varicela” ou ainda “este ar faz mal a bebes tão pequeninos depois ficam irritadinhos”; ou ainda (as preferidas, pelo menos as mais ditas) “não tem chupeta?! Ah, depois não se queixe, olhe que com chupeta são mais sossegadinhos”; “chora muito de noite? – Ah! Você já está bem… ele ficou com as dores da mãe…”. A uns sorri, a outros fui respondendo (depois de uma inspiração e expiração profunda) com muita calma e dizendo a mim mesma “cada um é como é e temos de respeitar todos…”. Mas a verdade é que uma vez no carro dei por mim a pensar na sorte que teria sido a minha se todas aquelas pessoas, não tendo nada de positivo ou importante para me dizer, simplesmente tivesse olhado para nós e sorrido e terminando com um “muitas felicidades”. Acredito mesmo que teríamos saído dali todos muito mais felizes. Não sei se é defeito ou feitio mas tenho a sensação de que a maior parte das pessoas não sabe parabenizar ou elogiar. Mas caramba, se não têm nada positivo para dizer, um elogio, uma palavra de felicitação… então sorriam apenas e permaneçam calados. Mas não. Porque há uma certa relutância ao silêncio diz-se o que se deve e o que não se deve. Dá-se conselhos e há um certo prazer em enumerar todas as desgraças que podem acontecer mediante determinada ação ou atitude. A lição que tiro de tudo isto?! Elogiar, felicitar, sorrir e escutar mais do que falar… sempre, mais e mais. Cultivar a capacidade de ver o positivo. Desenvolver o espírito de partilha e comunhão com os outros. Lembrar sempre que a minha felicidade não depende da infelicidade do outro mas, pelo contrário, cresce e contagia com a felicidade dos outros.

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