05 maio 2015

7 Coisas que aprendi


Após ter escrito o post anterior (aqui) vi-me desafiada a sintetizar as principais aprendizagens deste último ano. É isso que faz sentido, não é?! Observar, analisar, compreender, aprender! Depois de o ter feito senti uma vontade enorme em partilhá-las convosco e é o que vou fazer! As 7 principais coisas que aprendi nesta mudança da minha vida.

1 – Aprendi que o tempo não se prende
Uma das questões principais na minha vontade de mudar de vida foi o tempo… o ter tempo para fazer o que queria, para estar com quem queria, para tirar da gaveta os sonhos e começar a concretizá-los. Mas rapidamente tive consciência de que quando temos muito tempo acabamos por esquecer que ele mantém o seu ritmo e segue sempre firme e constante alheio a tudo e a todos… e às tantas percebemos que ele nos continua a fugir mãos como água que nos escorre por entre os dedos. Acredito que este foi e, em algumas circunstâncias ainda é, o maior desafio de estar em casa e trabalhar a partir de casa. A minha, a nossa limitação não é falta de tempo, a verdadeira limitação é ausência de foco e disciplina. A gestão do tempo não se faz por si só, faz-se descobrindo o que é realmente importante para nós, estabelecendo prioridades e planeando cada tarefa, atividade, ao pormenor. Sim, aprendi que planear faz toda a diferença. (claro que já conhecia o ”conceito” e sempre fui uma mulher de planos e agendas… mas fazer isto para o nosso dia a dia, para a nossa vida pessoal… tornou-se algo novo para mim). Rapidamente compreendi que isso me permite compreender a linguagem do tempo e usá-la a meu favor, por mais simples e comum que seja a tarefa ou atividade a fazer! Portanto aprendi que, ao contrário do que achava, a minha agenda é hoje mais importante do que no tempo em que trabalhava 12h a 14h por dia!

2 – Aprendi que um plano só é eficiente se aplicado com disciplina
Podemos ter o melhor plano do mundo, a agenda organizada em detalhe, a melhor estratégia… mas tudo isto só funciona se for colocado em prática. Quando se muda de vida queremos fazer tudo acontecer de um dia para o outro, mas aos poucos fui percebendo que quanto mais ansiava avançar mas estagnava. Gerir as horas do meu dia era fundamental mas essa gestão só resulta com disciplina. Como costumo dizer a paisagem é demasiado encantadora e se a disciplina estiver distraída facilmente chegamos ao fim de um dia sem fazer nada do que tínhamos planeado… e com um sentimento de frustração que nos desmotiva e aos poucos nos faz acreditar que não somos capazes. Aos poucos descobri que o segredo não é fazer tudo de uma vez, o segredo é fazer um bocadinho todos os dias, de forma simples e consistente. O segredo é sermos fiéis ao que queremos e, ainda que com flexibilidade, ter a disciplina como melhor aliado! Sempre fui disciplinada, cumpridora de prazos e excelente gestora de tarefas mas agora, e porque tenho “muito tempo”, descobri que tenho de ser ainda mais disciplinada do que em qualquer outra fase da minha vida.

3 – Aprendi que somos a nossa fonte de motivação
Ter alguém a quem prestar contas ou alguém que trabalhe ao nosso lado facilita esta coisa da motivação, pois mesmo quando as reservas que temos dela se quebram sabemos que temos aquém prestar contas e quanto mais não seja isso é suficiente para seguirmos o plano e terminarmos a tarefa. Trabalhar sozinho, sem ninguém a quem prestar contas coloca nas nossas mãos um nível de liberdade e autonomia tão grandes que é muito fácil “deixar a coisa ir”. E claro está que há sempre alguém ao nosso lado, e mesmo que estejam lá a apoiar, mais do que nunca senti que a motivação tem de ser minha, o acreditar, o querer (mas querer mesmo) tem de ser meu. Isto sim é motivação. Agora só presto contas a mim mesma e percebo melhor do que nunca que podem haver incentivos externos mas a verdadeira motivação é única e exclusivamente aquela que vem de dentro, aquela que condiciona os meus pensamentos fazendo-me acreditar que este é o caminho certo, que sou capaz. Aquela que me faz acordar de manhã e sorrir… mesmo que esteja a chover!!!

4 - Aprendi que a comparação “rouba-nos” a alegria da Vida
Já lá vão alguns anos desde que compreendi que esta questão da comparação nos condiciona e limita mais do que nos liberta e faz avançar. A comparação não é saudável. Nos últimos três anos, esta certeza ainda se tornou mais presente em mim, mas foi ao longo deste último ano que mais evidencias concretas tive de que esta é uma verdade incontornável! Comparar-me comigo mesma é a única comparação permitida e saudável. Competir e comparar os meus próprios resultados são a única forma de melhorar, de avançar, de criar o próprio caminho. A comparação e a competição com os outros “rouba-nos” a alegria das pequenas conquistas, dos alicerces do futuro. Limita a nossa capacidade de criar, de ser autênticos e com isso sermos únicos. Com os outros e nos outros podemos e devemos encontrar e partilhar inspiração, podemos e devemos encontrar formas de cooperação. Cada um é único e irrepetível, cada um tem capacidades, dons, qualidades que diferem do outro. Ninguém é melhor, ninguém é pior, somos todos iguais na diferença que torna cada um único! Comparar-me com alguém é redutor. No início de todo este processo senti-me muitas vezes tentada a fazê-lo, numa e noutra situação fi-lo, mas logo percebi que perdi mais do que ganhei. Quando nos comparamos ou competimos fazemo-lo com o que achamos ser a realidade do outro… e a verdade é que não sabemos qual é a realidade do outro… comparamo-nos com ideias pré concebidas, com imagens criadas e trabalhadas. Com isto condicionamos o nosso próprio caminho podendo chegar a um de dois extremos (ambos castradores do nosso “eu”) acharmos que somos os melhores do mundo ou acharmos que somos os piores do mundo. Aprendi que para criar um caminho posso e devo inspirar-me nos que também fizeram essa escolha… mas que o caminho é MEU, só MEU… e quanto mais fiel for há minha essência e autenticidade maior é o impacto do que sou capaz de criar, pois será tão único e especial como eu! Aprendi que partilhar ideias, conhecimentos, estar de braços abertos aos outros e à vida me traz novas perspetivas, me desperta para novos horizontes e potencia as minhas próprias qualidades.

5 – Aprendi que a confiança é o alicerce da mudança
Não há vidas perfeitas. Os imprevistos, as contrariedades, os desafios constantes, os tropeços, os erros de distração… enfim, tudo isto faz parte da vida e não desaparece porque fizemos uma escolha. Da minha experiencia digo mesmo que até podem começar a surgir com mais frequência, pois afinal, estamos a trilhar um caminho novo, desconhecido! Chamem-me “inocente”, “crente” ou o que vos apetecer… mas confesso que nos primeiros tempos desta nova vida este foi um desafio permanente. Perceber que apesar da minha escolha a vida continua com tudo o que a caracteriza e que no meu caso não foi mais fácil! Até que a determinada altura percebi que tudo se baseava na confiança que eu estava a depositar em mim mesma, nos outros, no universo, na vida. Percebi que devia respirar mais e mais, deixar fluir e acreditar. Confiar naquela voz simples e meiga que me segreda para seguir em frente. Percebi que à medida que ia escutando essa voz, alimentando os meus sonhos e acreditando no futuro tudo ia ganhando nova forma, tudo se ia reorganizando e que aos poucos o sonho tornava-se uma possibilidade real. Percebi que não interessa o que dizem, não interessa o que se passa à nossa volta, o que interessa e faz a diferença é a confiança com que avançamos e acreditamos em cada possibilidade que sonhamos.
Percebi que a confiança é o pilar da mudança e que quanto maior ela for mais fácil é a capacidade de nos adaptarmos, de reagirmos, de encontrarmos as soluções para cada um dos desafios!

6 – Aprendi que encarar a vida como um processo me dá graus de liberdade
É um processo contínuo em que o resultado final só se conhece no dia em que jogarmos a última carta, no dia em que depois de fecharmos os olhos nos deixarmos levar pelo último suspiro! Até lá é preciso melhorar todos os dias, crescer, acreditar, ultrapassar desafios, fazer em cada dia o melhor que se sabe naquele momento e chegar ao fim de cada dia com uma aprendizagem nova, que amanhã nos ajude a dar um passo maior. Encarar todas estas mudanças e necessidades de adaptação como um processo dá-nos graus de liberdade e complementa-nos com uma serenidade confiante nas escolhas e no caminho que fazemos.

7 – Aprendi que é possível sermos ainda mais felizes

Nada é constante na vida a não ser a mudança… cliché?! Talvez… mas a verdade é que sempre existiram mudanças e sempre vão existir. Quando menos esperamos somos confrontados com situações que não esperávamos e, em alguns casos, nunca imaginamos… e se há mudanças que desejamos, que escolhemos fazer… há outras, e sempre haverá, que estão fora da nossa “capacidade de ação”… elas surgem e quando percebemos estamos envolvidos… mas mesmo aqui resta-nos sempre uma escolha, a de escolher como queremos ver as coisas, como deixamos que essas mudanças nos afetem… e é exatamente neste ponto que aprendi que podemos ser ainda mais felizes. Podemos escolher ver o lado brilhante da vida. Podemos, em cada situação, ver os dois lados da moeda e escolher aquele que melhor nos faz sentir. Ainda não o faço de modo completamente automático (estou em processo de melhoria) mas tem sido o exercício mais determinante de todo este meu processo de mudança. E como acredito que ações simples, repetidas diariamente, por longos períodos de tempo dão sempre grandes resultados… vou continuar! E por isso, também vou continuar a encontrar em cada dia motivos para agradecer. Valem grandes conquistas tal como valem pequenas ações, pequenas memórias… Todos os dias há motivos para agradecer e ter consciência disso faz-me todos os dias mais feliz!

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