25 março 2015

Dos dias que parecem mais longos




Dois dias que nos pareceram longos… tão longos que pareceram mais do que apenas dois dias.. mas que voaram. Contraditório?! Não. Quando vivemos entregues ao momento é isto que acontece. Está claro que o tempo não pára e corre à sua velocidade, sempre constante e certeira… e por isso 48h são 48h… e passam para nós como passam para todos… mas quando vivemos o momento agarrados ao que ali existe… o tempo ganha uma nova dimensão, transforma-se num abraço eterno ao aqui e agora. Acredito que é nestes momentos que perpetuamos a felicidade, que nos encontramos com nós mesmos e que somos mais unidos ao universo, à vida que se vive ao nosso lado. Não há regras, não há pressões, não há rotinas que nos desliguem do essencial. Há alegria simples de quem descobre o mundo ao seu ritmo, com o seu olhar descontraído mas comprometido com a vida. Há emoções que nos recordam o que é importante e nos fazem vibrar com uma autenticidade infantil, com uma ingenuidade curiosa e perspicaz que nos move rumo ao desconhecido. Parar, olhar, observar. Ser capaz de ver para além das árvores em redor e encontrar “florestas de mimosas”, ver para além das construções e encontrar “castelos encantados”. Ver para além das escadas e encontrar paisagens de cortar a respiração! Estarmos os 3… 4 longe de tudo e de todos torna-nos mais próximos de nós próprios enquanto indivíduos e enquanto família mas, talvez por um passe de magia, aproxima-nos do mundo e liga-nos a ele num vínculo invisível mas coeso, capaz de fazer renascer em nós o sentimento de pertença a algo maior. Observar a natureza, escutar os seus sons, admirar as suas cores, (re)descobrir os seus segredos e encantos liberta-nos da responsabilidade dos papeis e resgata-nos para o centro de nós mesmos. E depois há todo o encanto de quem pela sua inocência é tão autêntica e cheia de alegria. Cada coisa é uma descoberta, cada novidade dá direito a um raciocínio e a nova descoberta. A autonomia e capacidade de se fazer ouvir ganham dimensão, a imaginação é livre e criadora... e no meio de tudo isto aquela mão pequenina que agarra a nossa, aqueles braços pequeninos que envolvem o nosso pescoço e uma gargalhada fácil e sonora que nos enche o coração.

Gosto tanto destes dias perdidos no nada onde se tem tudo!







 













 


 
 





 

  


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