Dois dias que nos pareceram longos… tão
longos que pareceram mais do que apenas dois dias.. mas que voaram.
Contraditório?! Não. Quando vivemos entregues ao momento é isto que acontece.
Está claro que o tempo não pára e corre à sua velocidade, sempre constante e
certeira… e por isso 48h são 48h… e passam para nós como passam para todos… mas
quando vivemos o momento agarrados ao que ali existe… o tempo ganha uma nova
dimensão, transforma-se num abraço eterno ao aqui e agora. Acredito que é
nestes momentos que perpetuamos a felicidade, que nos encontramos com nós
mesmos e que somos mais unidos ao universo, à vida que se vive ao nosso lado.
Não há regras, não há pressões, não há rotinas que nos desliguem do essencial.
Há alegria simples de quem descobre o mundo ao seu ritmo, com o seu olhar
descontraído mas comprometido com a vida. Há emoções que nos recordam o que é
importante e nos fazem vibrar com uma autenticidade infantil, com uma
ingenuidade curiosa e perspicaz que nos move rumo ao desconhecido. Parar,
olhar, observar. Ser capaz de ver para além das árvores em redor e encontrar “florestas de mimosas”, ver para além das
construções e encontrar “castelos
encantados”. Ver para além das escadas e encontrar paisagens de cortar a
respiração! Estarmos os 3… 4 longe de tudo e de todos torna-nos mais próximos
de nós próprios enquanto indivíduos e enquanto família mas, talvez por um passe
de magia, aproxima-nos do mundo e liga-nos a ele num vínculo invisível mas
coeso, capaz de fazer renascer em nós o sentimento de pertença a algo maior.
Observar a natureza, escutar os seus sons, admirar as suas cores, (re)descobrir
os seus segredos e encantos liberta-nos da responsabilidade dos papeis e resgata-nos
para o centro de nós mesmos. E depois há todo o encanto de quem pela sua inocência
é tão autêntica e cheia de alegria. Cada coisa é uma descoberta, cada novidade
dá direito a um raciocínio e a nova descoberta. A autonomia e capacidade de se
fazer ouvir ganham dimensão, a imaginação é livre e criadora... e no meio de tudo isto aquela mão pequenina que agarra
a nossa, aqueles braços pequeninos que envolvem o nosso pescoço e uma gargalhada fácil e sonora que nos enche o
coração.
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