Na companhia desta magnifica
gripe dei por mim a pensar na incrível capacidade que o universo tem de manter
a sua ordem, no caos da nossa desordem. É incrível observar como o mundo
continua a funcionar sem nós. Preocupamo-nos tanto em não parar (porque não podemos, porque temos mil coisas
ao nosso cargo, porque é o emprego; porque são os filhos; porque é preciso
tratar das roupas e das comidas… porque… porque…) e de repente o corpo
faz-se surdo a tantos porquês e decide parar. E tu páras. Aí não, se não páras.
E aí, deitado numa cama sem grandes capacidades de mobilidade física e com uma
mente perdida em pensamentos percebes que tudo continua a funcionar. Tudo. Ai e
tal, mas não é a mesma coisa… não, não é. Mas não pára, continua. E isso
mostra-nos a nossa insignificância perante a vida do dia-a-dia. Isto mostra-nos
claramente que os nossos “porque” são
desculpas, únicas e exclusivamente nossas. Fazemos parte de um todo e é claro
que o todo sente a nossa falta, mas nada que não se revolva. E isto levanta a
questão, então porque não fazer mais pausas, planeadas, desejadas?! Será que se
tu parares o resto pára?! Ou é só uma ilusão?! A vida é tão fugaz que ou temos
as nossas prioridades bem claras ou quando dermos conta o tempo esgotou. Se
conseguirmos sair de nós mesmos e olhar para a nossa vida (como alguém que observa a vida de outrem) será que os nossos “porque” são assim tão válidos?!
E depois… depois há o outro lado…
o lado que me mostra, carinhosa e pacificamente, o quanto privilegiada sou.
Sim, privilegiada, por ter pessoas que me amam tão perto de mim e tão dispostas
a tudo para minimizar qualquer desconforto que eu possa ter. Ah! Então é por
isso que tudo funciona. Sim. É por isso que tudo funciona comigo e iria
funcionar contigo também, porque por mais inacreditável que pareça quando estas
fora do baralho há alguém que aparece para resolver as coisas. Há sempre
alguém.
No meio de tudo isto sinto-me
grata. Grata pelas pessoas que estão aqui para me ajudar e grata pela (mais uma vez) tomada de consciência.
Somos únicas, somos especiais, temos uma missão mas é preciso dosear, é preciso
mais momentos zen, é preciso mais momentos de amor próprio, é preciso sermos
mais centro.
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