24 dezembro 2014

O Alfa e o Omega


Há alturas em que fugir parece ser a melhor opção. Fugir do que sabemos certo mas que evitamos ver, numa tentativa fugaz de que tudo desapareça ou simplesmente se resolva. Que num passe de magia a situação ideal surja e nos abrace com a doçura de uma mãe que nos segreda: “pronto, já passou…” Mas no fundo todos sabemos que esta não é a hipótese certa. Todos sabemos que adiar não resolve, não decide, não faz. Todos sabemos que mais dia, menos dia, ao virar de uma qualquer esquina da vida lá está novamente a situação. É como brincar às escondidas com nós mesmos e fingir que não sabemos onde nos escondemos. Até ao momento em que ficamos olhos nos olhos connosco, numa cumplicidade suspeita e constrangedora. Termina a fuga. Acabam-se as desculpas. Sente-se o coração bater forte, as pernas tremer… agora... só resta olhar em frente.
E num olhar consciente, capaz de desvendar o invisível aos olhos, descobrimos que, seja qual for o motivo da fuga, a única alternativa que resta é seguir em frente… sem culpas, sem angústias, sem julgamentos. É preciso olhar o horizonte e ver para além dessa linha... que ora é fim, ora é princípio.
É preciso dizer adeus ao que foi e olá ao que chega.

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