31 outubro 2014

A arte do improviso

No meio de mil coisas que tenho para fazer escolhi parar cinco minutos (que sei que serão mais do que isso) para descrever a alegria da mais pequena hoje de manhã. Foi-me dito ontem, às 19h, numa reunião de pais, que os meninos hoje (se ainda fosse oportuno) podiam ir para o infantário com algo alusivo ao Halloween… pois… como novata nestas andanças nem me tinha lembrado de tal coisa… e a questão foi: “ok, e agora?!”. Uma das coisas que aprendi ao longo dos anos que coordenei grupos de jovens foi a capacidade de improvisar algo e, imediatamente pensei “em última instância uns sacos de plástico preto devem resultar”. Não foi preciso. A cunhada tem um chapéu de bruxa (que eu já tinha utilizado há uns bons anos), na caixa dos fatos de carnaval existiam umas luvas pretas que me tinham acompanhado na minha faceta “vampiresca”… o pai tinha um colarinho de vampiro que tendo em conta as dimensões de ambos se transformou na capa perfeita. Para finalizar umas plumas que estavam no fundo do baú! Deixei tudo em cima da mesa da cozinha e fui dormir confiando plenamente que dali algo haveria de sair.
Ela nem sabia que era suposto vestir algo diferente e por isso a primeira reação foi de alguma desconfiança. Expliquei-lhe o que se celebrava hoje e que os amiguinhos também teriam adereços semelhantes… assim que compreendeu… bem, aquele sorriso nunca mais desapareceu. Ela ria-se sozinha, ela rodava sobre si mesma, ela pousou para as fotos (coisa que nunca faz)! Sem pudor conjuguei tudo o que tinha e deixei-a nesta figura!


Chegadas ao infantário, ela começou a ver os amiguinhos com alguns adereços e delirou completamente. (Engraçado compreender como é preciso tão pouco para os deixar num estado de graça absolutamente extraordinário.) Na sala dela reinava o caos (bom sentido, claro), a começar pela Educadora que se confundia com eles. A primeira reação da Ni foi agarrar-se às minhas pernas mas como eu entrei na brincadeira, rapidamente percebeu as “regras do jogo” e também ela começou a correr atras dos amiguinhos ao som daqueles gritos estridentes que só eles sabem dar e que hoje se queriam “assustadores”.
Ao vê-la assim senti-me ainda mais feliz e sobretudo confiante na escolha que fizemos em coloca-la ali. Crianças querem crianças e adultos capazes de os deixar ser crianças!

Feliz Halloween!

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