21 junho 2015

Dois tempos


Os dias tem passado a um ritmo muito próprio. O facto do pai estar por casa ajuda a que tudo decorra com uma normalidade e tranquilidade não muito comuns por estes lados. Todo este (re)ajustar parece-me confirmar a velha teoria de que com o segundo filho tudo é diferente... E é. Primeiro ele não é ela. Pessoas diferentes, personalidades diferentes,  comportamentos diferentes. Depois nós! Enquanto do primeiro qualquer pequeno suspiro me fazia saltar da cama sem qualquer cuidado e com o coração nas mãos, agora abro o olho, vejo como ele está e só depois (se for caso disso) me levanto ou (coisa impensável com a primeira) peço que alguém o faça por mim!

Não tenho dúvidas que é esta forma de estar mais descontraída que nos está a possibilitar viver este momento bom mais tranquilidade, mesmo com todas as rotinas, cuidados e brincadeiras da pequena grande Ni. E depois... Depois ainda há este sol magnífico. Ter um filho no Outono (quase inverno) e outro na primavera (quase verão) são duas versões muito  diferentes de uma mesma realidade!!!! Viva o calor. Viva o sol. Como já disse por aqui várias vezes, recuso-me a utilizar o estado do tempo para justificar os meus estados anímicos ou para desculpar ações que devia ter feito mas não fiz... Mas caramba! Que faz diferença lá isso faz. Acordar de manhã (madrugada) para dar de mamar e sentir o cheiro do dia a nascer, do sol a espreitar é do melhor. Acordar sem pressas e poder abrir janelas em vez de ligar aquecimentos é liberdade! Poder carregar um recém-nascido ao colo sem mantas e mantinhas, sem gorros e gorrinhos... é aproveitar todos os momentos para me ocupar na relação em vez de me preocupar com o acessório. Muitas vezes, durante a gravidez, senti que o tempo passava rápido demais e que eu não estava a celebrar a minha "Maria redonda" com todas as honras que ela merecia. O tempo frio desmotivava-me a exibi-la como da primeira vez... A minha nova versão profissional exigia mais adaptação e dedicação do que antes... A pequena Ni concentrava em si todos os bocadinhos que eu tinha disponíveis... Mas agora, ao olhar para traz, percebo (mais uma vez) que no fim tudo se resolve... Na primeira gozei muito o estado de graça; no segundo tenho a oportunidade de aproveitar mais a relação, num ambiente não perfeito mas feliz e completo!

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