04 junho 2015

A brincar às escondidas


Sinto que entramos na fase de brincar às escondidas. Brincamos ao jogo do agora eu, agora tu. Não conheço esta etapa… não a tive com a Ni, mas reconheço a ansiedade que lhe atribuem como minha também. Quero muito encontrar-te, olhar para ti, acolher-te no meu peito num eterno abraço… mas ainda estou demasiado apaixonada por esta “Maria redonda” de tamanho XXL para me deixar levar pelo desejo do primeiro encontro. Tens-me dado todo o tempo que te tenho pedido. Primeiro o término dos projetos em andamento, depois 5 dias extraordinários de “dolce fare niente”, num Portugal maravilhoso onde #aquinãosepassanada é a ordem do dia. Mas passa-se muito, não é?! Passa-se sempre muito em cada minuto que respiramos e os entregamos ao aqui e agora! Deixar fluir e acreditar que no fim tudo vai terminar bem é das maiores e melhores lições de vida que aprendi. Não falo em cruzar os braços e ficar à espera que o mundo ou alguém resolva por nós… (pois ficaremos demasiado tempo à espera e a probabilidade de que algo aconteça é praticamente nula) falo de simplesmente focar o que é possível fazer AGORA, com o que tenho agora e com o que sei agora, falo em dar o melhor em cada a instante e acreditar que esse é o caminho; falo em manter sempre acesa a chama da paixão pela vida, dando-lhe um sinal claro de que estou aqui… (acredito que isso basta, ela não se esquece!).

Olho para estes nove meses e sinto uma saudade imensa por tantos e tão bons momentos vividos. Reconheço que muito mais podia ter sido feito, mas aprendi com isso e aos poucos reconheço que melhorei, dia-a-dia, numa busca incessante por me sentir bem e feliz! Talvez por isso me sinta tão calma, tão apaixonada e tão confiante no que está para vir. Revendo estes tempos tenho a sensação de ter (re)descoberto uma nova versão de mim mesma, uma versão melhorada, uma versão que me fascina e assusta ao mesmo tempo. Tantas situações chamadas “criticas” e tanta calma, clareza e dedicação. Foram várias as vezes em que as lágrimas me molharam o rosto, num desabafo mudo, numa descompressão própria de quem sabe que no momento seguinte as lágrimas secam e as mãos são chamadas ao seu lugar: segurar as rédeas da própria vida. Para mim é nesta fragilidade que nos tornamos mais fortes e capazes, é nesta fragilidade corajosa que (re)descobrimos que somos mais, muito mais do que apenas mais um, que crescemos enquanto pessoa e nos tornamos mais mundo, mais amor. E neste caminho percorrido, tu, sempre tu, meu companheiro de jornada, meu confidente, meu parceiro de sonhos, conquistas e desafios. Foste sempre o melhor de todos os motivos para sorrir, para fazer acontecer, para acreditar nas possibilidades e nas improbabilidades. Falta-me um grande desafio… o encerramento do curso de expressão dramática que iniciamos (juntos) há oito meses. A peça está encenada, a data marcada… por vezes pergunto-me se o teu relógio segue o mesmo ritmo que o meu… mas sabes?! Entre preocupar-me com isso e ocupar-me contigo escolho ocupar-me a ver-te mexer, a sentir-te e a dizer-te o quanto és querido e já amado! Prefiro continuar a brincar às escondidas, no jogo do agora eu agora tu, acreditando sempre que cada coisa acontecerá quando tiver de ser.

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