“As
férias já são um problema, fonte de desgaste e tempo de pré-ocupação: “é
preciso decidir quem vai… como, e os outros que vão ou não… e se há tempo para
tudo o que cada um quer… e se há bom tempo… se há dinheiro… etc…”, … com tudo
marcado a tempo, prevendo o trânsito, o regresso, as roupas… A “féria” deixou
de ser festa. Mais um trabalho a cumprir. Quando se parte já a discussão vai
alta e o tempo, sempre curto, não dá para pacificar.
É importantíssimo
perceber o que é isso de Férias e a sua necessidade. Mas não com o que agora se
inventou como “estratégia de descanso”, caro, mais uma “canseira” que dá imenso
trabalho a preparar, que desvia de tudo aquilo que é importante e acaba
frequentemente em discussão. O que nos descansa são as relações pacíficas, sem
stress: com os outros, com a natureza, connosco… “E estar?! Estivemos com toda
a gente”. Tem de se ir ali e acolá, estar onde todos estão e ao mesmo tempo não
estar para ninguém; a ver onde os outros vão e se nós também vamos, para
depois, poder contar as nossas férias originalíssimas! Chega-se “descansadíssimo”,
ou seja esgotadíssimo.
Claro,
há que pensar o que é que são mesmo férias para cada um. Mas perguntar
sobretudo isto: quais são as coisas que realmente me descansam?
A
pessoa descansa quando se experimenta amada, descansa quando percebe que tem
segurança, descansa quando está convencida que tem qualquer coisa a fazer, de
pessoal, neste mundo.”
Excerto do livro “Só avança quem descansa” - Pe. Vasco
Pinto Magalhães

Sem comentários:
Enviar um comentário